quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Crack, é possível vencer


Parece que agora o governo se deu conta que vale mais a pena recuperar um dependente químico do que vê-lo se tornar um provável marginal e ter que custeá-lo nos presídios que já estão superlotados. Temos visto com frequência na TV, ações de assistência aos dependentes que por vontade própria queiram se recuperar e deixar as drogas, e agora, parece que haverá ações de internação involuntária também. Pra quem não sabe, internação involuntária é aquela em que o dependente recusa e resiste ao tratamento e é internado "à força", sendo que em alguns casos até sob aplicação de sedativos.

É entristecedor ver nas ruas, jovens que foram destruídos pelas drogas, e cada vez mais cedo. São meninos e meninas que poderiam ter um futuro pela frente e acabam não vivendo nem seu presente. São encontrados em qualquer esquina movimentada, a céu aberto, acendendo seus cachimbos, ajeitando suas "fileirinhas" ou tragando seus baseados. Olhos vidrados, esqueléticos, fazendo qualquer coisa por alguns trocados que lhes renda uma pequena pedra, uma pequena porção de pó ou ainda um quinhão de erva. Uma tristeza incomensurável.

Se nossos governos gastassem na recuperação de dependentes, pelo menos uma parte do que gasta com a manutenção de marginais engaiolados, talvez pudéssemos ver nossas ruas um pouco menos tristes no que se refere a esse problema. Algumas pessoas passam desatentas e não ligam para aquilo que vêm, pois é um problema alheio, mas quando se sente esse problema tão perto de nós, quando perdemos um ente querido para os traficantes, passamos a olhar com outros olhos e imaginamos quanto futuro teria aquele jovem que limpa seu vidro com o "rodinho", caso ele não tivesse sido desgraçado pelas drogas. Talvez ele pudesse se tornar um médico, um engenheiro ou um empresário, mas naquela condição, certamente se tornará só um número na estatística de jovens destruídos por traficantes.

Tráfico é um crime hediondo, e não poderia ser diferente. Benditos os policiais que se dedicam a diminuir o tráfico e não se vendem aos traficantes, pois eles não sabem o quanto são heróis para nós que somos pais. Assim como os bombeiros salvam vidas, tirar uma parcela de drogas das ruas também salva. Uma guerra árdua e sem prazo pra acabar, mas que a cada dia surja um novo policial descente afim de continuar essa luta e que eles saibam que mesmo não vencendo a guerra, já lhes somos imensamente gratos por vencerem algumas batalhas.

A prevenção é o maior aliado para que nossos jovens não se percam nas drogas, portanto, qualquer diálogo será de suma importância, mesmo que em alguns casos ele não evite. Se for inevitável, a prevenção deve partir da ajuda como agora o governo começa a dar, prevenindo que um doente dependente se torne um marginal, e que esse marginal faça outras vítimas, e assim por diante.

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