Mãos atrás da cabeça heróis

Neste país, onde advogado diz em entrevista, que como em toda "profissão", ladrão tem a decência de não querer entregar comparsa, a polícia do Rio de Janeiro cometeu a indecência de manter presos algumas centenas de bombeiros que reinvidicavam melhorias salariais para que continuassem a arriscar suas vidas em prol da população carioca, enquanto isso no governo, em todos os âmbitos, nacional, federal e municipal, os próprios sem vergonhas aprovam aumentos escandalosos para si mesmos, e ninguém pune nada.

Ainda bem que os responsáveis pela tamanha indecência resolveram libertar os heróis anônimos e pelo que parece, manterão sua fichas limpas e não sofrerão perseguições pelo ato de indisciplina por terem invadido o quartel em Niterói, mas também seria um absurdo se medidas punitivas fossem tomadas, pois marginais tomam presídios, destroem tudo, e além de não sofrerem punição, ainda tem tudo reposto com novos produtos.

Quem assistiu o filme vai perceber que esta situação até lembra quando o Hancock foi preso e a cidade ficou sem o seu herói, mas com algumas diferenças:

1º Hancock era um herói fictício, enquanto os bombeiros são mais de 400 heróis reais;
2º Hancock era apenas um personagem herói que não arriscava sua vida, enquanto essas centenas de bombeiros arriscam suas vidas diariamente;
3º Hancock não tinha uma família, enquanto esses valentes bombeiros, ao irem para seus quartéis,se despedem de suas famílias sem saberem se voltam para revê-las e por elas honrarão suas fardas tanto para sustento delas como por amar uma coisa que ultimamente está cada vez mais escasso, o amor ao próximo.

A cada dia comprovamos nos noticiários que também está escassa a decência no país em que vivemos, ou seja, bombeiros presos em quartéis, mas políticos e marginais soltos nas ruas. Agora só falta prenderem a parte decente da polícia, e aí estaremos literalmente entregues aos lobos. Certamente estamos constatando uma completa inversão de valores.