Desde quando os celulares se tornaram tão populares e acessíveis e desde quando tomamos conhecimento do Youtube, alguns de nós, se tornaram cidadãos inescrupulosos, omissos e sem noção. Algumas pessoas praticamente incorporaram a função de cinegrafistas amadores e em cada ou qualquer situação, se postam com celulares e câmeras fotográficas para filmar ou fotografar alguma tragédia que lhes possa render alguma divulgação ou clicada. Há de se admitir que alguns desses amadores até fazem um bem a população, e que algumas dessas filmagens nos trazem um pouco de alegria em algumas situações. O problema é quando a pessoa perde a noção do que deve e precisa ser compartilhado.
Todo internauta já deve ter visto algum vídeo compartilhado onde ao invés de se prestar a solidariedade, o cidadão se presta a filmar a desgraça alheia. Todos já devem ter visto situações que poderiam ser evitadas, mas ao contrário, foram permitidas, filmadas e posteriormente amplamente divulgadas e compartilhadas. O incrível disso é que filmagens de cenas fortes se propagam numa velocidade muito acima de vídeos instrutivos, informativos e de bons exemplos. Estes, dificilmente são compartilhados. Já vi vários exemplos disso.
Hoje vi compartilhado, um vídeo onde uma mulher e uma criança de 1 ano foram baleados, acho que vítimas de assalto, e agonizavam no banco traseiro de um veículo enquanto nenhuma das pessoas que assistiam lhes prestavam algum socorro. Isso acontecendo diante de um desgraçado (desculpem a palavra) que filmava tudo e ainda dizia pra que não mexessem nas vítimas. Tudo em nome de um bom número de acessos, pois tragédias atraem telespectadores na televisão e não é diferente nos vídeos publicados na Internet. Esta realidade só se tornará diferente quando o cidadão que compartilha e curte, ver como astro ou estrela, seu pai, mãe, irmão ou filho. Infelizmente, as pessoas fazem valer que quando arde no dos outros é refresco, mas quando arde no nosso é ácido.
As pessoas deviam pensar, antes de divulgar algo sobre alguém, se aquilo que vai ser publicado, caso fosse sobre ele, se gostaria que fosse divulgado. Caso a resposta fosse não, que se pensasse duas vezes antes de publicar algo sobre alguém, pois um dia pode-se ser o cinegrafista, mas no outro pode-se ser o protagonista. Que a Internet é útil, isso é, mas que também é um lixo, esta é outra realidade que estamos sujeitos a assistir ou não.
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