quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Chorar pelo que?

Esta semana a cidade do samba constatou uma perda significativa para o Carnaval deste ano, pois algumas escolas de samba tiveram seus barracões consumidos pelo fogo e tudo que se veria destas escolas na avenida virou cinzas (Grande Rio, Portela e União da Ilha) e muita gente chorou. Será que estas mesmas pessoas choraram por seus conterrâneos de Teresópolis e outras cidades que foram devastadas por causa dos desmoronamentos e resultaram em quase mil mortes?

O governo já ofereceu ajuda financeira exorbitante para as escolas, e para as famílias que ainda devem estar alojadas em ginásios de esportes, escolas ou casas de familiares ainda não deve pingado nada. Terão que esperar a boa vontade para poderem reconstruir suas vidas e voltarem para novas residências, além de terem o peso da perda de algum parente.

No incêndio da cidade do samba... Se perdeu o que? Só fantasias e carros de papel couchêt, purpurinas, paetês, penas e cola. Tudo que se veria jogado no lixo ou abandonado nas ruas depois dos desfiles no sambódromo. E estão chorando por isso? Estão valorizando mais isso do que anos de luta das famílias? Do que vidas perdidas? Pelo jeito as pessoas prezam mais pelo Carnaval do que pelo próximo, pois com quase mil mortos naquele estado, eu duvido que houve sequer paralisação dos ensaios durante o luto oficial decretado pelas vítimas das catástrofes nas cidades serranas. E ainda vão chorar pela perda de fantasias?

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